O sedentarismo, que está diretamente relacionado à obesidade, potencializa os riscos de se desenvolver diversos tipos de câncer. Entre eles, está o de mama, o segundo mais incidente entre as mulheres no Estado, e que nesse caso, é provocado pelo desequilíbrio hormonal, o que favorece o aparecimento de tumores malignos, explica o mastologista e presidente da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), Jesus Pinheiro.
No início do mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um estudo apontando que a América Latina tem o maior índice de sedentários, com 39% do total. O Brasil é o primeiro da lista.
O dado preocupa, já que pode resultar em um futuro aumento de casos de câncer no País. No Amazonas, em especial, onde a dieta da população inclui, geralmente, o consumo excessivo de farinha, os cuidados devem ser redobrados, já que esse tipo de alimento, associado à falta de atividade física, acaba favorecendo a obesidade.
Jesus Pinheiro explica que é essencial para a prevenção, a adoção de hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação rica em vegetais, carnes brancas e cereais. Ele destaca, ainda, que a Lacc, instituição filantrópica que atua há mais de 60 anos no Estado, tem atuado fortemente na conscientização da população, acerca dos fatores de risco do câncer.
“Apesar de nos dedicarmos à execução de diversos projetos sociais, que auxiliam pacientes de baixa renda que lutam contra a doença, também procuramos sensibilizar as pessoas sobre a necessidade de se prevenir o câncer, evitando mortes prematuras”, frisou.
Câncer colorretal e a obesidade
Além do câncer de mama, outras neoplasias malignas, como as de intestino, também podem acabar se desenvolvendo em função da obesidade. O cirurgião oncológico Marco Ricci foi convidado pela Lacc para falar sobre o assunto.
De acordo com ele, o câncer colorretal, conhecido popularmente como câncer de intestino, é um dos mais incidentes no Brasil. No Amazonas, não é diferente. Segundo projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2018, são esperados 280 novos casos, sendo a maior parte, em pessoas do sexo masculino.
Ricci explica que com a obesidade, os riscos de aparecimento de pólipos, que podem se transformar em tumores malignos, acaba aumentada no intestino. “Esses pólipos provocam a inflamação da mucosa do intestino e, com a repetição desse processo, podem surgir tumores malignos”.
De acordo com ele, entre os tipos de câncer relacionados à obesidade, estão o de mama pós-menopausa, rim, pâncreas, adenocarcinoma de esôfago e de endométrio. “No caso do endométrio, as chances são ainda maiores se a pacientes for hipertensa e diabética”, destacou.
Sinais como sangramento nas fezes, dor abdominal persistente e prisão de ventre merecem uma atenção especial. “Se esses sintomas forem contínuos, deve-se buscar auxílio médico. Também é importante que as pessoas façam os exames preventivos de acordo com as faixas etárias e a indicação médica. Diagnosticando precocemente a doença, as chances de sucesso no tratamento são de até 90%”, destacou.
Conheça a Lacc
Com 63 anos de atuação no Amazonas, a Lacc trabalha, atualmente, a partir de recursos exclusivos doados pela sociedade civil, através dos telefones (92) 21014949 e 21014900 e do site www.laccam.org.br . A Liga também aceita transferências bancárias para a conta corrente 691017-3, agência 0482-0, Bradesco, CNPJ 044991820001-48).
Outros projetos
A Lacc destina, diariamente, mais de 380 lanches a pacientes que aguardam atendimento ambulatorial na FCecon (Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas). Além disso, cerca de 100 pessoas são contempladas, mensalmente, com a doação de cestas básicas sortidas.
A entidade também transporta 40 pacientes/dia, de casa ao hospital, para tratamento; doa kits de alimentação especial; financia passagens terrestres e fluviais a quem tem domicílio no interior e tem uma hospedaria equipada para receber pessoas de fora, mas que depende do aumento da receita para entrar em funcionamento.
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