No dia 27 de julho comemora-se o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, doença que no Amazonas, tem previsão de 280 casos, em 2018. Aproveitando a data, a Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), instituição de cunho filantrópico, que desenvolve, há mais de 60 anos, campanhas voltadas à prevenção das neoplasias malignas, lança um alerta à população, sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, que está diretamente associada a fatores de risco como o tabagismo, o alcoolismo e ao Papiloma Vírus Humano (HPV).

 

De acordo com o presidente da Lacc, mastologista Jesus Pinheiro, é preciso reforçar as ações de conscientização acerca de fatores de risco que estão relacionados aos mais diversos tipos de câncer, a exemplo da bebida alcoólica em excesso e do consumo de cigarros. “Juntos, eles potencializam as chances de se desenvolver o câncer da cavidade oral, laringe e faringe, por exemplo. Por isso, a prevenção deve ser iniciada em casa, com a orientação dos pais aos filhos; e também nas escolas, a partir da colaboração de professores e pedagogos. Só assim, poderemos reduzir o impacto desses produtos na população, no futuro”, explicou.

Fatores de risco

 

A convite da Lacc, o cirurgião de cabeça e pescoço, Fábio Bindá, explica que, atualmente, o HPV tem sido mote de diversas campanhas para o combate ao câncer de colo uterino. Contudo, as infecções causadas pelo vírus, também são consideradas fatores de risco para o desencadeamento de diversos outros tipos de câncer, como os de boca e de garganta, além das neoplasias de pênis, ânus e vagina.

 

“No caso dos cânceres de boca e garganta, uma das vias de transmissão mais frequentes é o sexo oral. O câncer é uma doença silenciosa, que demora anos para se desenvolver e, quando na fase inicial, não apresenta sintomas. Por isso, alertamos a população que é importante buscar um especialista em casos de inflamações ou feridas que permaneçam por tempo prolongado, dificuldade para engolir ou sangramentos recorrentes na boca”, frisou.

 

Outra localização que merece atenção, em casos de alterações, é a da tireóide. O câncer instalado na glândula, que fica localizada abaixo do pescoço, acomete, em geral, pessoas com mais de 50 anos, e em sua maioria, mulheres.

 

Por isso, especialistas indicam a realização anual, a partir dos 40 anos, da ultrassonografia de tireóide. Ela pode apontar algum nódulo, cisto ou alteração de naturezas diversas, que necessitem de uma investigação mais aprofundada. “Lembramos que, quanto mais cedo o câncer for descoberto, maiores são as chances de cura”, ressaltou o especialista.

 

As modalidades de tratamento para os cânceres de cabeça e pescoço são: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e iodoterapia. Há casos que, dependendo do estadiamento (extensão da doença), recomenda-se o tratamento associado, incluindo duas ou mais modalidades.

 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, os tumores com essa denominação podem ocorrer na boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, tireóide e seios paranasais.